Lagrima de Sangue

Sinto em meu rosto o vento que trás a chuva, e com ele as lembranças de um inverno á muito tempo vivido.

Lembranças tristes foram tudo que me restou da presença dela, lembranças que trazem a saudade que me atormentam como um maldito fantasma, lágrimas de uma criança ao perde o melhor e único amigo, de um homem solitário privado de seu amor, lágrimas que escorreram em meu rosto e se misturam com a chuva que cai.

A sombra da morte que rodeia meus pensamentos me surpreende a cada relance, diante da luz daqueles olhos; achei toda a razão e lógica de uma vida na insanidade de amá-la, naqueles olhos de diamante me via perdido em toda minha fé, não saber, mas em que acreditar cego por uma paixão que queimava em meu peito, esperança de uma felicidade que acreditava não existir para mim.

Ela me mostrou a razão perfeita e incontestável na insanidade de inverno sem a escuridão de um quarto vazio, não precisava de nada perto de me além dela.

Sem ela aqui, a guerra se fez necessária, lágrimas, sangue e dor, onde o meu medo não se revelava nem mesmo diante da face do demônio, meu sonho se transforma no inferno da terra, e ver meu sangue escorrer gota por gota como uma lágrima, aliviava minha dor.

Na hora de minha morte em meio à sangrenta guerra que mim espera, se tivesse um pedido, o ultimo desejo, seria vê-la, diante de mim, bela como eu a conheci e com aquele sorriso meigo de menina, ela estaria ali esperando, escutar sua voz a mim chama, para vivermos aquele inverno novamente, mas que dessa vez as chuvas nunca acabem, para que dentro de nossa cabana, nada importe, além de nós, e que o inverno dure a eternidade de um diamante, e que a morte nunca chegue.

Pelo menos só mais uma noite com ela para em fim o mundo se apagar nos meus olhos.